No entanto, as informações sobre a atual diversidade de milho desta região do continente são escassas e a maior parte dos estudos tem se destinado a caracterizar e analisar a diversidade conservada ex situ. Como parte da história dos agricultores, as variedades locais integram suas formas de vida, relações sociais e representam um patrimônio genético e cultural. Entretanto, os esforços para organizar a informação sobre a conservação in situ-on farm de milho têm sido limitados pela falta de conhecimento dos padrões de diversidade regional. Esta lacuna pode ser preenchida a partir do estudo de raças de milho, o qual considera um grupo de variedades locais que possuem características em comum para ser reconhecidas como um grupo.
Nesse sentido o Projeto Raças de Milho das Terras Baixas da América do Sul, propõe identificar, atualizar e reclassificar raças de milho conservadas in situ-on farm no Brasil e Uruguai, a partir da caracterização fenotípica e citogenética de variedades locais coletadas em diferentes regiões de ambos os países. Dessa forma pretendemos aportar informações sobre a atual diversidade de raças de milho das Terras Baixas da América do Sul, visando subsidiar a identificação de micro-centros de diversidade como mecanismo de proteção de variedades locais e, consequentemente, identificar áreas prioritárias para conservação in situ-on farm.
O Projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Comisión Sectorial de Investigación Científica (CSIC-Uruguai).
Sobre o Projeto
O milho (Zea mays L. ssp. mays) apresenta ampla variabilidade e adaptação, por encontrar-se distribuído em diferentes ambientes e contextos culturais. Sua variabilidade genética é uma das maiores entre as espécies cultivadas, com aproximadamente 300 raças identificadas no mundo, sendo que a região das Terras Baixas da América do Sul é considerada centro secundário de diversidade da espécie.
Rede de Pesquisa
Para o desenvolvimento do Projeto, foi constituída uma Rede de Pesquisa Colaborativa, a qual envolve Universidades, Organizações que atuam com a Agricultura Familiar, Instituições de Pesquisa e Extensão, o que tem possibilitado a execução de um Projeto de abrangência binacional e o sucesso das etapas já realizadas.
A metodologia do Projeto inclui as seguintes etapas:
1. Reuniões para apresentação do Projeto e o estabelecimento de parcerias.
2. Oficinas com agricultores sobre "Raças de Milho"
3. Entrevistas com agricultores.
4. Coleta de variedades locais.
5. Caracterização fenotípica de variedades locais.
6. Caracterização citogenética de variedades locais.
7. Participação em eventos, feiras de sementes, seminários, etc.
8. Divulgação dos resultados do Projeto.