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Dispersão do Milho nas Terras Baixas da América do Sul

Coleta de milho e entrevistas foram realizadas em comunidades ribeirinhas, no Rio Ouro Preto, em Rondônia, região candidata a origem das rotas migratórias do milho nas terras baixas da América do Sul.

O conhecimento sobre a diversidade e estrutura genética de populações cultivadas é fundamental para entender a história evolutiva destas populações ao longo do processo de domesticação e dispersão. A dispersão do milho para diferentes regiões permitiu o surgimento de centros de diversificação da espécie. Além disso, promoveu modificações genéticas para melhor adaptação às condições ecológicas, agronômicas e aspectos culturais das populações humanas que o cultivavam. A região das terras baixas da América do Sul é considerada centro secundário de diversidade do milho. O objetivo deste projeto é estudar os padrões de dispersão da diversidade genética do milho nas terras baixas da América do Sul, por meio de dados de genômica populacional, localização geográfica de amostras de milho e registros históricos, que poderão elucidar a história do germoplasma da região, orientar futuras prospecções, esforços de conservação e valoração dos recursos genéticos do milho.

As hipóteses das rotas de dispersão do milho propostas pelo presente estudo estão associadas à expansão Arawak (a partir de 5.000 anos AP) e à migração Tupi (a partir de 2.000 anos AP): i) a partir um ponto originário no Oeste Amazônico surgiram diferentes rotas migratórias que se dispersaram para o interior do Brasil, em diferentes épocas; ii) primeiro, ocorreu uma dispersão direcionada à região Norte do país; iii) posteriormente, ao Sul do país e que seguiu em direção à região litorânea avançando pela costa no sentido Sul-Norte; e por último, iv) à região central do país.

 

Com base nos resultados, além de propor hipóteses de dispersão do milho nas terras baixas da América do Sul, serão identificados micro-centros de diversidade do milho e detectados genes candidatos à seleção, por meio da identificação de locos que apresentam assinaturas de seleção. A comparação dos dados obtidos neste projeto com dados moleculares obtidos de milho arqueológico poderá trazer informações muito úteis para o estudo da dispersão do milho nas terras baixas da América do Sul.

O projeto conta as parcerias dos (as) pesquisadores (as): Flaviane Malaquias Costa (USP, ESALQ), Natalia Almeida (USP, ESALQ), Rafael Vidal (Universidad de La República, Fagro), Elizabeth Ann Veasey (USP, ESALQ), Charles Roland Clement (INPA), Fábio de Oliveira Freitas (Embrapa, Cenargen), Logan Kistler (National Museum of Natural History, Smithsonian Institute – Estados Unidos), Robin Allaby (University of Warwick – Inglaterra), Maria Imaculada Zucchi (Pólo APTA Centro Sul e UNICAMP), Roberto Fritsche-Neto (USP, ESALQ); e o apoio técnico laboratorial de Marcos Cella (USP, ESALQ). É financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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